A saúde mental dos trabalhadores da construção civil é uma questão complexa que requer atenção e ações concretas. Ao reconhecer os fatores de risco e implementar estratégias eficazes, é possível criar um ambiente de trabalho mais saudável e seguro, promovendo o bem-estar mental dos trabalhadores e, consequentemente, melhorando sua qualidade de vida e produtividade.

Muitas vezes negligenciada, a saúde mental dos trabalhadores da construção civil é uma questão de extrema importância. 

 

O presidente licenciado do Sintracon-SP, Antonio Ramalho, o Ramalho da Construção, como é conhecido entre os trabalhadores, apresentou em 2023, ao Seconci-SP (Serviço Social da Indústria da Construção de  São Paulo) uma proposta de parceria para a realização do projeto “SOS da Construção – Salvando Vidas”. O objetivo é promover a saúde mental e prevenir suicídios entre os trabalhadores da construção, mediante atendimento prévio, via telemedicina, atendimento presencial, palestras nas obras, rodas de conversas e painéis com profissionais de saúde mental. O projeto apresentado por Ramalho inclui a divulgação, nas obras, dos recursos para tratamento da saúde mental do Seconci-SP, além de lives, plataforma de conteúdo, treinamentos online, oficinas de terapia ocupacional, programas especiais de prevenção personalizados, e técnicas alternativas como yoga e meditação.

 

O líder sindical desenvolveu em parceria com a filha Adriana Ramalho um projeto que leva informação, conscientização e auxílio aos trabalhadores do setor da construção civil.

Adriana é madrinha e faz parte do Instituto ESA, que desenvolve programa de ações preventivas no âmbito psicológico e social de jovens e adolescentes da cidade de São Paulo, desde 2018.

O instituto ESA cuida de crianças e adolescentes com ideação suicida e promove palestras sobre saúde mental gratuitamente em escolas públicas.

 

O ESA foi uma inspiração para realização de palestras dentro dos canteiros de obras.

A palestra “A Doença da Mente”, apresentada por Adriana Ramalho e Coronel Ferrarini, está transformando vidas nos canteiros de obras.

Com as palestras, o impacto positivo acontece na vida do trabalhador e dentro da casa dele, com a família do trabalhador.

Adriana explica: “Nas palestras falamos também sobre os índices de automutilação na infância e adolescência, sobre bullying e alertamos sobre o assunto quanto aos filhos dos trabalhadores, e sobre quebrar paradigmas e preconceitos quanto a depressão, já que é uma doença que pode atingir a todas idades, quando detectamos casos que preocupam encaminhados para o Seconci.

Com as palestras, o impacto positivo acontece na vida do trabalhador, no trabalho e dentro de casa com a família”.

Ramalho acrescenta sobre a importância de cuidar da saúde mental dos trabalhadores: “Os trabalhadores são orientados a valorizar a vida, não ter vergonha de buscar ajuda, praticar atividades físicas, manter uma boa alimentação e observar sinais de alerta e prevenção ao suicídio. Os ganhos esperados são menos estresse, maior produtividade, redução do absenteísmo, maior engajamento no trabalho, fortalecimento da autoestima e da confiança, maior preparo para lidar com desafios, maior qualidade de vida, autoconhecimento e acesso aos cuidados com a saúde mental”.

O ambiente de trabalho no canteiro de obras apresenta diversos fatores de risco que podem impactar negativamente a saúde mental dos profissionais, como o estresse, a pressão por prazos, as condições de trabalho adversas e a falta de segurança.

A construção civil é um setor que demanda alta produtividade e cumprimento de prazos rigorosos. Os trabalhadores frequentemente enfrentam jornadas longas e exaustivas, podendo resultar em ansiedade e exaustão mental, o que pode levar ao estresse crônico. 

Os canteiros de obras são, muitas vezes, ambientes perigosos e desconfortáveis, a exposição a ruídos altos, vibrações, poeira, produtos químicos e variações climáticas extremas são comuns e não só afetam a saúde física, mas também contribuem para o desgaste mental dos trabalhadores.

A falta de segurança é uma preocupação constante na construção civil. O risco de acidentes graves e fatais é elevado, o que pode gerar medo e ansiedade entre os trabalhadores. Além disso, a ocorrência de acidentes pode resultar em traumas psicológicos para as vítimas e seus colegas.

Muitos trabalhadores passam longos períodos longe de suas famílias e amigos, especialmente em projetos que exigem deslocamento para locais distantes. Esse isolamento social pode levar à solidão e depressão. A alta rotatividade de funcionários também dificulta a formação de vínculos e redes de apoio entre colegas de trabalho.

Os impactos desses fatores de risco na saúde mental dos trabalhadores são diversos e preocupantes. Entre os problemas mais comuns estão: a depressão, a ansiedade, o estresse pós-traumático (especialmente após acidentes graves), abuso de substâncias (trabalhadores podem recorrer ao álcool ou drogas como forma de lidar com o estresse e a ansiedade).

 

Para abordar esses desafios, e criar estratégias para melhorar a saúde mental dos trabalhadores é fundamental que empresas e gestores do setor de construção civil adotem planejamentos eficazes para promover a saúde mental no local de trabalho. incluindo

– Programas de Treinamento e Educação

Oferecer programas de treinamento sobre saúde mental e bem-estar pode ajudar os trabalhadores a reconhecer os sinais de problemas de saúde mental e a buscar ajuda quando necessário. A educação sobre práticas de autocuidado e técnicas de gerenciamento do estresse também é essencial.

 

– Suporte Psicológico

Disponibilizar serviços de apoio psicológico, como atendimento com psicólogos ou conselheiros, pode proporcionar um espaço seguro para os trabalhadores discutirem suas preocupações e desafios emocionais.

 

– Melhoria das Condições de Trabalho

Investir na melhoria das condições de trabalho é crucial para reduzir o impacto negativo no bem-estar mental dos trabalhadores. Isso inclui garantir a segurança no local de trabalho, proporcionar um ambiente de trabalho saudável e confortável, e oferecer equipamentos de proteção adequados.

 

– Políticas de Apoio

Implementar políticas de apoio que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, como horários de trabalho flexíveis e licenças remuneradas, pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade entre os trabalhadores.

 

– Criação de Redes de Apoio

Incentivar a formação de redes de apoio entre os trabalhadores, promovendo atividades sociais e de integração, pode ajudar a reduzir a sensação de isolamento e fortalecer os vínculos entre colegas.

 

A saúde do colaborador não deve ser entendida como um diferencial, mas sim como algo essencial, uma pessoa que está satisfeita com as políticas, decisões e forma como a sua empresa lida com o seu próprio bem estar, gera resultados melhores, e com mais qualidade. 

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