Diversos políticos, incluindo Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Kim Kataguiri (União Brasil), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB), estão se preparando para disputar a corrida eleitoral em outubro.

Apesar das convenções partidárias, que ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto, serem a data oficial para o lançamento das candidaturas para a prefeitura de São Paulo, os pré-candidatos já começaram suas movimentações.

Entre trocas de farpas, campanhas antecipadas e mudanças de partido, os principais nomes da disputa já têm alianças formadas, bandeiras definidas e polêmicas envolvendo suas candidaturas.

Guilherme Boulos (PSOL)

É a segunda vez que o deputado federal Guilherme Boulos concorre ao cargo de prefeito de São Paulo. Em 2020, ele chegou ao segundo turno, mas perdeu para Bruno Covas (PSDB).

Em 2024, segundo a última pesquisa Datafolha, Boulos possui a maior porcentagem de votos, com 24%, estando tecnicamente empatado com Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital.

  • Alianças: PSOL, PT, Rede, PCdoB, PV, PDT e PMB
  • Vice-prefeita: Marta Suplicy
  • Bandeiras: Boulos, ligado à esquerda, destaca a luta pela moradia, sendo parte do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Ele também se preocupa com o meio ambiente e a Cracolândia, propondo postos de atendimento móveis e defendendo a internação compulsória em casos extremos.

Polêmicas:

Campanha antecipada: Boulos é aliado do PT e do presidente Lula, que responde a um processo por campanha antecipada. A ação foi movida pela pré-candidata Marina Helena (Novo), solicitando que os representados se abstenham de realizar atos de campanha eleitoral antecipada e pedindo aplicação de multa.

Rachadinha de Janones: Boulos foi relator das investigações contra André Janones (Avante-MG) na Câmara dos Deputados, envolvendo um suposto esquema de “rachadinha”. O processo foi arquivado por falta de justa causa.

Divulgação irregular de pesquisa eleitoral: Em abril, o TRE de São Paulo multou Boulos em R$ 53,2 mil por divulgação irregular de pesquisa eleitoral nas redes sociais. A pesquisa existia, mas o cenário apresentado por Boulos não foi avaliado.

Ricardo Nunes (MDB)

Atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes disputará a reeleição. Ele assumiu o cargo após a morte de Bruno Covas em 2021. Segundo o Datafolha, 26% da população aprova seu governo, enquanto 25% o reprova. Nunes tem 23% das intenções de voto, estando empatado tecnicamente com Boulos.

  • Alianças: MDB, PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, Avante, Podemos, PRD e Mobiliza
  • Vice-prefeito: Não definido
  • Bandeiras: Classificando-se como centrista, Nunes se inclina mais à direita na polarização com Boulos. Ele busca apoio da extrema-direita que defende a democracia e mantém proximidade com Bolsonaro, que deve indicar seu vice.

Polêmicas:

Violência contra a mulher: Em 2011, Nunes foi acusado pela esposa de violência doméstica, ameaça e injúria, mas ele negou as acusações, classificando-as como um desentendimento do casal.

Ausência em eventos importantes: Nunes foi criticado por não comparecer ao Dia do Trabalho e à Parada do Orgulho LGBT+, mas participou da Marcha para Jesus e de um ato convocado por Bolsonaro.

Problemas de gestão: Em março, o TCM analisou um suposto conluio em contratos de 223 obras emergenciais sem licitação durante a gestão de Nunes, totalizando R$ 4,3 bilhões. Além disso, sua gestão foi acusada de omissão em relação à ligação do PCC com a empresa de ônibus Transwolff.

José Luiz Datena (PSDB)

José Luiz Datena, jornalista e apresentador de programas policiais, já se filiou a 12 partidos desde 1992 e desistiu de quatro corridas eleitorais em São Paulo.

  • Alianças: Apenas PSDB até agora
  • Vice-prefeito: Não definido
  • Bandeiras: Datena, que iniciou sua carreira política no PT, migrou para o PP e atualmente está no PSDB, focando principalmente em questões de segurança pública.

Polêmicas:

Quase vice de Tabata Amaral: Datena se filiou ao PSB, iniciando rumores de que seria vice de Tabata Amaral, mas depois mudou para o PSDB e anunciou sua candidatura.

Sugestão a Boulos: Um vídeo vazado mostrou Datena propondo uma aliança a Boulos, mas ele desmentiu o pedido ao vivo.

Tabata Amaral (PSB)

Tabata Amaral, deputada federal pelo PSB e formada em ciências políticas por Harvard, foi a sexta deputada federal mais votada em 2018 e reeleita em 2022.

  • Alianças: Apenas PSB
  • Vice-prefeito: Não definido
  • Bandeiras: Tabata defende a educação, com base em sua trajetória acadêmica. Já foi contrária a algumas ideias de esquerda, como a reforma da Previdência, o que lhe rendeu críticas.

Polêmicas:

  • Reforma da Previdência: Tabata votou a favor da reforma, contrariando a orientação do PDT, seu partido na época. Isso gerou críticas e levou à sua desfiliação do partido.

Pablo Marçal (PRTB)

Pablo Marçal, produtor de conteúdo e empresário, tentou se candidatar à Presidência em 2022, mas não conseguiu levar a candidatura adiante. Ele obteve votos suficientes para ser eleito deputado federal, mas sua candidatura foi recusada por falta de documentos.

  • Bandeiras: Marçal se alinha às ideias de João Doria, focando em geração de empregos e na transformação da Guarda Civil Metropolitana.

Polêmicas:

  • Candidatura recusada: Em 2022, Marçal teve sua candidatura a deputado federal recusada pelo TRE-SP por falta de documentos.
  • Operação contra crimes eleitorais: Em 2023, Marçal foi alvo de uma operação que investigava crimes eleitorais, mas ele alegou perseguição política.
  • Seguidores em risco: Marçal levou um grupo de seguidores para acampar no Pico dos Marins, onde foram surpreendidos por uma tempestade e precisaram ser resgatados pelos bombeiros, sendo classificado como irresponsável pelos bombeiros.

Marina Helena (Novo)

Economista com mestrado pela Universidade de Brasília, Marina Helena foi diretora de Desestatização do Ministério da Economia e é primeira-suplente de deputada federal por São Paulo.

  • Vice-prefeito: Não definido
  • Bandeiras: Marina Helena é a favor de privatizações e aliada de Bolsonaro. Seus objetivos incluem aumentar o orçamento da segurança pública em 300% e dobrar o número de agentes da GCM.

Polêmicas:

  • Ocultação de dados: Marina Helena solicitou à Justiça Eleitoral a ocultação de seus dados pessoais e de patrimônio por questões de segurança.

Kim Kataguiri (União Brasil)

Kim Kataguiri, fundador do Movimento Brasil Livre (MBL) e deputado federal reeleito em 2022, é autor de três livros sobre política.

  • Vice-prefeito: Não definido
  • Bandeiras: Kataguiri defende o liberalismo econômico, privatização e redução de impostos. O MBL é a favor do voto não obrigatório.

Polêmicas:

  • Mensalidade nas faculdades públicas: Em 2022, Kataguiri foi relator de uma PEC que previa o pagamento de mensalidade em universidades públicas para os mais ricos.
  • Bate-boca com Haddad: Kataguiri discutiu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a “taxação das blusinhas”, questionando a alta de tributos proposta pelo governo.