São Paulo — Sedemir Fagundes, empresário do MC Paiva, é um dos nove suspeitos detidos na Operação Khalifa, deflagrada nesta terça-feira (7/5) para desmantelar uma rede de agiotagem comandada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão ocorreu em Santa Catarina.

Nas redes sociais, Fagundes ostentava uma vida luxuosa, exibindo carros importados, motos aquáticas, passeios de lancha e viagens de avião. Ele também promoveu campanhas de doação para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

As investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelaram que Fagundes era um dos líderes do esquema, que cobrava juros entre 10% e 300% ao mês. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou sua prisão.

Até agora, não há indícios de envolvimento de MC Paiva no esquema. O funkeiro, com quase 8 milhões de seguidores no Instagram, continua livre de acusações.

Rede de Agiotagem

O MPSP identificou que a rede operava em várias cidades do estado de São Paulo, emprestando dinheiro com juros abusivos e recorrendo a extorsão e ameaças quando os pagamentos não eram feitos.

Durante a operação, foram apreendidas seis armas, munições, joias, relógios de luxo, computadores, celulares e cerca de R$ 65 mil em dinheiro e cheques. O nome da operação, Khalifa, faz referência às viagens internacionais ostentadas pelos investigados.

Impacto da Operação

A operação prendeu nove suspeitos e ainda busca outros dois. Estima-se que o esquema movimentou cerca de R$ 20 milhões em empréstimos no ano passado. As vítimas eram principalmente empresários de médio porte da região do Alto Tietê.

O promotor Frederico Vieira destacou a importância de combater estas práticas para enfraquecer o braço financeiro do PCC. Segundo ele, a facção tem adotado métodos mais lucrativos e menos violentos, sem abandonar completamente outras atividades criminosas. A investigação, iniciada em 2023, aponta que o grupo já atuava em agiotagem desde 2020.