Ele foi encaminhado à delegacia por importunação sexual após se masturbar dentro de ônibus em rodovia de Bertioga (SP). Ele chegou a oferecer R$ 100 para que a vítima tocasse nele.

O homem de 41 anos preso por importunar sexualmente a vereadora de São Sebastião e assessora da deputada federal Erika Holton (PSOL), Pauleteh Araújo, também puxou o cabelo e passou a mão nas pernas de uma mulher grávida, que estava acompanhada de duas crianças, dentro de um ônibus na Rodovia Manoel Hipólito Rêgo, em Bertioga, no litoral de São Paulo.

Imagens obtidas pelo g1 mostram o homem se masturbando dentro do transporte, oferecendo R$ 100 para que Pauleteh tocasse nele, além de tentar sentar ao lado dela. A cena ocorreu mesmo após a vítima pedir para que ele não sentasse no local.

Após ser filmado por Pauleteh e ter colocado o órgão genital para fora da roupa para se masturbar, o homem foi em direção de outra vítima, uma grávida, de 21 anos, que estava acompanhada de duas crianças.

A vítima disse que o homem ficava constantemente mudando de lugar, até que sentou-se atrás dela e puxou seus cabelos. Ela disse que solicitou para que ele parasse de puxar os cabelos dela.

Ainda de acordo com a mulher, segundo o Boletim de Ocorrência, apesar disso, o homem continuou pulando de assento, até que sentou-se ao lado da vítima e passou as mãos na perna dela.

Entenda o caso
Pauleteh, de 28 anos, contou que foi em uma consulta médica em Bertioga e retornava para São Sebastião na tarde da última sexta-feira (27). Desde que entrou no ônibus, ela percebeu o comportamento estranho do homem. “Ele perguntou se iria sentar do lado dele. Por ser pessoa pública, imaginei que ele me conhecesse de algum lugar, cumprimentei e não dei muita importância”.

No entanto, ele saiu do local onde estava e sentou ao lado da parlamentar. “Falei para ele se afastar, voltar para o lugar dele. O ônibus estava vazio, não tinha motivo para vir ao meu lado. Ele ficou tentando passar a mão em mim o tempo todo”.

Ela contou que chegou a ameaçar agredi-lo, caso ele não se afastasse. “Ele foi para o banco em que estava sentado, começou a mexer no órgão genital, a se masturbar. Me chamou para ir tocar nele, tirou R$ 100 da carteira, ficou me oferecendo, falando que nunca foi fácil”.

A parlamentar disse que ficou revoltada com a situação. “Queria muito quebrar ele na porrada”. Assim que o homem foi ao banheiro, ela perguntou para uma mulher que estava com duas crianças se ela também havia sofrido assédio e a resposta foi positiva.

Pauleteh resolveu pedir ajuda ao motorista que, segundo ela, solidarizou-se com a situação e parou o ônibus próximo a um posto da Polícia Militar Rodoviária. “Logo em seguida, fomos encaminhados à delegacia e o rapaz preso em flagrante”.

Ela lamentou que já tenha passado por uma situação semelhante em outro momento, mas não nesse nível de gravidade e tão explícito. “O rapaz colocou o órgão para fora dentro do ônibus, com um monte de gente”.

Segundo ela, o homem não se inibiu mesmo após ela falar alto para ele se afastar e após ter contato a situação ao motorista. “Realmente só parou quando a gente parou no posto policial”.

Além de sentir ódio, Pauleteh disse que a sensação é de impotência. “Fiquei desesperada com aquela situação mas, ao mesmo tempo, sei da responsabilidade que tenho como pessoa pública, mulher, travesti, de não permitir que esse tipo de abuso aconteça”.

O homem disse à polícia que Pauleteh estaria ‘dando mole’ e ‘xavecando’ ele, e que se interessou em transar com a vítima. Ele disse que ofertou dinheiro para ela por acreditar que esse seria o ‘trabalho’ dela.

Ele afirmou, ainda, que colocou o órgão genital para fora da roupa e, em seguida, foi ao banheiro achando que Pauleteh iria acompanhá-lo. No entanto, ela não foi e ele acabou sendo preso. O homem negou ter chegado perto da outra vítima.