Categoria iniciou greve de 24 horas nesta terça (3) em protesto contra privatizações da CPTM, Metrô e Sabesp propostas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Os passageiros que acordaram cedo na madrugada e manhã desta terça-feira (3) encontraram os portões fechados em algumas estações de trens e metrôs de São Paulo em razão da greve da categoria. Com essa realidade, eles tiveram de enfrentar ônibus lotados para chegar aos seus trabalhos.

Outros encontraram os preços dos transportes por aplicativo triplicarem por causa da paralização nesses transportes públicos. O g1 e a TV Globo conversou com os usuários. Veja abaixo os relatos deles.

Um passageiro que não quis se identificar informou que uma corrida por transporte por aplicativo do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, até o Brooklin, na Zona Sul, que em média custava R$ 53, disparou para cerca de R$ 155 nesta manhã. Além disso, os usuários contaram que muitos chamados não eram completados.

A reportagem procurou a 99 Táxi, operadora do aplicativo relatado pelo usuário, para comentar o assunto e aguarda um posicionamento. Outras operadoras também praticavam preços abusivos, segundo passageiros.

Funcionários iniciaram greve de 24 horas nesta terça (3) em protesto contra privatizações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Metrô e Sabesp (companhia de abastecimento de água) propostas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os três órgãos são empresas estatais.

Em diversas estações o cenário era parecido: pessoas chegando e parando na frente das estações fechadas.

“Tô tentando chegar no trabalho, faz meia hora que eu tô aqui esperando o ônibus, vamos ver se a gente chega hoje. Uso o metrô todos os dias, acho uma palhaçada, tipo, lutar pelos direitos de uns, infringindo os direitos de outros, muitos outros. Nem vou tentar [transporte por] aplicativo. Se normalmente pra onde eu vou já dá R$ 60, imagina agora. Sem a menor condição”, disse Rafael, que encontrou fechada a Estação Jabaquara do Metrô, na Zona Sul de São Paulo.

Isso ocorreu também na Estação Itaim Paulista, na Zona Leste em São Paulo (veja foto acima). No local funciona uma estação ferroviária pertencente à Linha 12-Safira da CPTM.

“Cheguei aqui às 6h da manhã. Eu trabalho de vendedora no Brás, estou pensando, mas não tem como ir, os ônibus estão muito lotados, não tem como chegar lá no Brás. E como que eu vou voltar pra casa? Já avisei [a chefia] que vou ver se consigo ir, mas do jeito que tá não consigo. Eu vou ficar esperando um pouco pra ver se abre, pra gente ir trabalhar”, disse a vendedora Érica.

O técnico em eletrônica Paulo Silva conversava com colegas do trabalho informando que estava com dificuldades de ir ao serviço nesta terça em razão da greve.

Ele encontrou a Estação Tucuruvi do Metrô fechada na Zona Norte da capital paulista. No local funciona a Linha 1 Azul.

“Encarregado entende porque é um funcionário igual a mim. Agora o patrão eu não sei”, disse Paulo sobre como seus colegas receberam a informação de que irá se atrasar para chegar ao trabalho devido à greve. Ele vai tentar ir de ônibus ao emprego.

Ainda no Tucuruvi, Jeferson disse que não sabia da possibilidade de greve.

“Eu trabalho na Vila Olímpia [na Zona Sul de São Paulo]. Pior que eu não sei [como chegar no trabalho]. Já perguntei pro pessoal aí e nada, mano, ninguém sabe informar. Eu não tava sabendo sobre a greve, eu vim e fiquei sabendo só agora. Fui pego de surpresa, avisei o encarregado e tudo mais, mas esperar um pouco né, pra ver o que acontece. Eu acho que não vou conseguir chegar.”

A Estação Mauá, na cidade da Grande São Paulo, também amanheceu fechada por causa da greve. No local funciona uma estação ferroviária, pertencente à Linha 10–Turquesa da CPTM. Do lado de fora, algumas pessoas, aparentemente grevistas, seguravam cartazes em apoio às paralizações.