Fernanda Paula Batista Silva, de 35 anos, sofreu lesões no rosto e na perna após ser agredida pelo acompanhante de uma paciente que queria atendimento prioritário.

A médica Fernanda Paula Batista Silva, de 35 anos, precisou ser afastada do trabalho após ser agredida pelo acompanhante de uma paciente no dia 4 de setembro, na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da zona oeste de Sorocaba (SP).

“Você sai em um dia de trabalho e pensa que vai voltar em paz, mas ocorre um transtorno desse”, diz.
Ao g1, a médica contou que trabalha na unidade há aproximadamente um ano e que estava atendendo um paciente quando o homem chegou com a esposa.

Ao passar pela triagem, a paciente foi classificada na categoria “amarela”, que é quando deve receber atendimento médico em até 30 minutos a partir do cadastro na recepção para que a equipe possa avaliar o risco do paciente e sua melhor assistência.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, a agressão começou quando o suspeito entrou na sala sem ser chamado, exigindo um atendimento prioritário para sua esposa, alegando que ela estava passando muito mal.

A médica explicou ao homem que estava finalizando o atendimento atual e que, posteriormente, a mulher dele seria atendida, orientando-o a aguardar do lado de fora do consultório.

“A gente segue um protocolo. Na frente dela teria outros dois amarelos, só que ele [acompanhante] exigia um atendimento naquele momento. Eu me dispus a atendê-la após concluir o meu atendimento no consultório, só que ele não quis esperar e jogou um copo d’água que acertou meu rosto”, relembra.

A partir disso, segundo Fernanda, outras agressões começaram. A profissional contou que ficou com um hematoma na perna.

“O controlador de porta também foi agredido. Ele o empurrou, invadiu o consultório e começou a chutar a mesa, derrubar computador, impressora, tudo em cima de mim. Ele veio para cima, me chutou na perna direita e deu um soco no rosto que pegou de lado porque eu virei o rosto na hora”, conta.

Fernanda conta que nunca havia sofrido uma situação parecida e que se sentiu acuada durante as agressões.

“Não estou bem psicologicamente. Foi um momento que eu não desejo a ninguém. Ainda estou em crise de pânico, espero que a Justiça seja feita”, desabafa.
A médica registrou um boletim de ocorrência contra o homem. No dia das agressões, a Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada. Tanto a médica quanto o suspeito foram encaminhados para a Delegacia de Plantão da zona norte, onde o homem ficou à disposição da Justiça.

“As lesões são pequenas diante do psicológico. Eu espero que essa situação que eu passei possa ajudar outras pessoas, porque é muito constrangedor. A gente se sente muito vulnerável. Naquele momento, eu não tinha reação para gritar, não conseguia levantar e eu só tinha a imagem dele vindo para cima”, desabafa.
Segundo a prefeitura, a paciente foi atendida por outra profissional posteriormente, às 12h44, resultando em um tempo de espera total de 15 minutos.