Proposta também analisará destino a ser dado para o Palácio dos Bandeirantes, atual sede. ‘Vamos pensar todas as questões de sustentabilidade, acessibilidade e precisamos de algo que seja icônico’, diz Tarcísio de Freitas sobre projeto.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, (Republicanos) anunciou nesta quinta-feira (1º) o início de estudos para viabilizar a transferência da sede do governo do estado, atualmente no bairro do Morumbi, Zona Sul de São Paulo, para a região central da capital paulista.

A expectativa é a de que o projeto dure cerca de 29 meses para avaliar questões urbanísticas e arquitetônicas até que seja feito um leilão para ver quem assumirá a obra do que Tarcísio chamou de “esplanada do governo”.

A transferência de toda a estrutura em si, após o projeto ser aprovado e implementado pela iniciativa privada (em modelo PPP, de Projeto Público-Privado), deve ser concretizada em até oito anos.

Além dos meses para estudos das adaptações e obras necessárias, serão mais cinco anos para a mudança e realocação de toda estrutura de governo.

“Vamos pensar todas as questões de sustentabilidade, acessibilidade e precisamos de algo que seja icônico, que as pessoas queiram ver, queiram visitar, queiram tirar foto e que seja, obviamente, absolutamente funcional. Que é o ponto de partida. Transferir o poder para lá, você fica do Centro, vem a segurança, vem a circulação das pessoas”, afirmou o governador.
A troca da sede faz parte de uma série de ações para revitalizar a região central da capital, que convive com episódios de violência e insegurança na chamada Cracolândia e no entorno – como nas praças Princesa Isabel e República e a Avenida Rio Branco.

Tarcísio listou medidas feitas pelas pastas de saúde com os dependentes químicos que ocupam a região; de segurança pública, com major policiamento e queda recente nos índices de criminalidade; e de habitação, que estão integrados ao projeto de destinar a estrutura governamental para a localidade. Serão enviados para o Centro de São Paulo o gabinete do governador, secretárias de estado e autarquias.

Antes mesmo de o projeto ter início, o governador afirmou que não haverá entraves com o Plano Diretor de São Paulo, que está em análise e pode sofrer mudanças na Câmara Municipal.

O governador disse que o governo ocupa atualmente 56 prédios diferentes e cerca de 807 mil metros quadrados em estruturas, mas que um espaço com 300 mil metros quadrados é o suficiente para acolher as equipes.

“A gente percebe uma ineficiência de ocupação de espaço e em termos de recursos. Temos até a intenção de fazer desmobilização de patrimônio. Obviamente, nem todo patrimônio pode ser desmobilizado. Não vai desmobilizar um prédio como a secretaria de Educação (localizado na Praça da República), mas ele já não é funcional do ponto de vista de estrutura de estado. Ele tem que ter outra destinação”, diz.

Ocorrências policiais

Durante a coletiva, o governador Tarcísio comentou sobre duas ações policiais. A primeira, ocorrida na manhã desta quinta-feira, quando dois PMs foram baleados por um suspeito na Zona Leste da capital. O homem estava detido, entrou em luta corporal com os dois PMs, pegou a arma de um deles e atirou nos dois antes de fugir.

Segundo o governador, ele não viu as imagens registradas por câmeras de segurança, mas comemorou as informações de que os dois estão bem.

“E eu entendo que aí vamos buscar esses bandidos com toda a força, todo vigor porque bandido que faz isso tem que ir para a cadeia e ter o pior tratamento possível – pior tratamento possível dentro da lei, tá? Me desculpa”, disse, antes de se justificar. “Digo: tem que ficar preso, senão vão pensar que estou defendendo aqui… Não é nada disso, não. Desculpa a maneira de expressar, mas pior tratamento possível digo de ficar preso e ficar lá, e cumprir pena e pagar pelo que fez”.

A segunda ocorrência foi no interior do estado, em Igaratá, um policial militar foi filmado dando um soco em uma mulher idosa de 70 anos. O PM foi afastado do trabalho de rua, enquanto a idosa responderá por lesão corporal e desacato a autoridade em inquérito aberto pela Polícia Civil.

“E aí é a outra coisa: pau que dá em Chico, dá em Francisco. Também você não pode se exceder. O policial que não age de acordo com a tradição da instituição, com as regras da instituição, tem que ser severamente punido”, disse Tarcísio. “Esse cara também tem que ser punido exemplarmente. Porque assim a gente estabelece as regras de conduta”.